segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ares bem difíceis

almudena grandes: los aires difíciles. tusquets. barcelona 2002.

para mim resultou, sobretodo, um livro tristíssimo sobre pessoas tristíssimas. e nom um triste livro, que é diferente. 
dúas pessoas decidem refazer as suas respectivas vidas mudando-se a umha nova urbanizaçom a pé das praias gaditanas. ela, sara, foge sozinha, ele, juan, fai-no acompanhado da súa sobrinha orfã e do seu irmão retrassado. a mulher que faz a limpeza em ambas as casas exerce de canle comunicante entre elas. 
e vamos lendo e descobrindo que todas as pessoas que habitam os dous chalés resultam seres solitários e abandonados na vida. seres que escondem segredos, medos e angústias que cada amanhá tencionam simular sob a máscara da normalidade. 

a base da narraçom está nas analepses que rebordam cada capítulo. em cada um deles assume a perspectiva da narraçom umha das personagens que vai trazendo ao presente memórias dos momentos que marcárom a sua vida e forçárom a sua chegada a esse recanto do sul. 
e seguimos lendo e seguimos conhecendo os interiores desolados dumhas pessoas para as que, o difícil, nom é resistir a lestada ou o vento de poente, mas a dor de respirar o ar cada três segundos. 

duas únicas pexas: ao começo faziam-se-me pesadas e repetitivas as contínuas metáforas e comparaçons com que a narradora acompanhava os comentários sobre a situaçom anímica das personagens. com o avanço da leitura afigem-me, e até me parecérom necessárias.
e o final, para mim contraditório com a imagem que se constrói previamente de sara, a protagonista. a sara que imos conhecendo, ou que eu creio conhecer após a leitura, nom deixaria entrar ao polícia tam alegremente na sua casa, e menos o deixaria só com afonso conscientemente. deveria ter acontecido doutra maneira. 

em todo o caso, penso que esta mulher é umha grande, nunca melhor dito, escritora.

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